Este blog é um depósito virtual, quiçá de pouca utilidade prática; de quinquilharias materiais e imateriais; de exercícios diletantes em criação e imitação; de perspectivismo e equivocações aleatórias. Poderia ser um diário, semanário, mensário, anuário, mas nem eu sei bem o que é. Nele tento, em especial, o aprendizado e o exercício da escrita criativa autodidata, ainda que eu seja apenas um garotinho de bigode pintado a caneta e pensamento hesitante. Busco - com alguma disciplina e aprendizado de técnicas - vidas outras; sentidos; necessidades; subjetividades; labirintos; contingências... as ficções que conformam a vida em sua máxima potência. Em face destas mesmas expressões, coleciono perspectivas entrecruzadas (um gabinete de curiosidades), nascidas alhures e que me influenciam como se bússolas fossem, ao passo que avanço em minhas novas geografias afetivas temporárias. O blog não é novo, completou dez anos com muita inconstância e ociosidade, mas essa concepção aqui descrita, sim, é. E, antes que indaguem seu título: não guarda qualquer relação com o sentido mais ordinário que habita o senso comum; É ficção. Ficções não são reais, mas são verdades; é porque tudo na vida tem um lado de lá, ignoto, intangível. É "figura" de linguagem. Jorge Luis Borges uma vez escreveu: "todo humano é dois, e o outro é o mais verdadeiro". Sintetiza.
N.O.S.
12/10/2015