Estou reaprendendo a me virar sozinho e a fazer, de mim para mim mesmo, uma boa companhia. Havia tempo não andava por ai, ainda vivo sempre com muitas pessoas ao lado e se não há, eu logo sinto o tédio da casa. Procuro alguém no MSN para conversar; ouvir música; tirá-las no violão; ou ler temas da antropologia. Depois de certo tempo mudei alguns hábitos. Percebi umas coisas que não sei se me fizeram bem, mas induziram-me a olhar no reflexo da vidraça o meu olho fosco e meu riso amarelo. Então, o que não costumava acontecer sobreveio como o verde no sertão. Recebi um conselho de que deveria ser menos "bonzinho" e evitar certas companhias; dissera-me que para eu achar o que procurava deveria andar um pouco só, nada de raves nem festas bombadas, ao menos por um tempo. Eu nem gosto de raves, o que andava fazendo lá? Pensei. Ela sabia das minhas quedas. Assim, passei a ir, em alguns finais de tarde, a uma praia sossegada no rio vermelho para ler um pouco, livros há meses abandonados. Noutras ia ao cinema, sozinho, e, logo após, ao Obá para contemplar sua vista fantástica da baía de todos os santos. Era um bar bem discreto na ladeira da barra. Vez ou outra ia também na cidade baixa, pisava os pés em Humaitá e ficava observando os ferryboats. A verdade é que a satisfação desses pequenos passatempos ainda não era satisfatória (com o perdão da redundância). Ela, quem me faltava, parecia não me querer tão bem quanto imaginava.
Nenhum comentário:
Postar um comentário