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quinta-feira, setembro 21, 2006

Escrever II


Escrever tem sido para mim um passatempo muito complicado, não sei bem expressar em letras aquilo que sinto, o bojo que pretendo dividir com recato. Realmente, brincar com as palavras requer amá-las e isso estou em todo sempre tentando aprender. Fico me sentindo pretencioso, fútil, piegas e, às vezes, blasé. Releio e descubro erros crassos, típico de quem faz o que não sabe, mas aprende-se e tenho tentado, arduamente. Agora mesmo estou sentindo algo que me parece nobre, que é rotina de poeta, e ele sabe lhe dizer e fazer com que pareça mais seu do que dele próprio. Ele se doa. Alias, é de todos. No meu caso, sentimentos se confundem e fundem-se e acabo por me desentender com certa constância sobre aquilo que digo e desdigo. No dia seguinte, olho-me e clamo por paciência. Em verdade, eu nunca tenho firmeza em dizer aqui o que gostaria de dizer para alguém, então fico a olhar cada linha e me cercar de imaginações que sempre resultam em quiproquós; sensações confusas que acabam em translatos ininteligíveis; sem um pingo de "sentido". Também acontece na busca daquela poesia perfeitamente contextualizada que queremos presentear alguém. Ficamos a garimpar algumas no google que, na falta de leitura, ocorre-lhes perdidas em sua própria prateleira de livros que servem mais de decoração que de utilidade. Mesmo que seu valor esteja no coração, a necessidade sufocante de traduzir o cerne disto para alguém são para aqueles que verdadeiramente amam. E eu ainda estou aprendendo, ao suor.

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