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segunda-feira, setembro 22, 2008

Primavera


A primavera, dizem, são para as pessoas póstumas, seja de uma vida cuja conclusão não perdoa o cansaço ingrato, seja de uma morte, simbólica, claro, que preza por uma inevitável revitalização. Ela se encontra em jardins cuidados por gente que prima inocência, acima da casca ruga que oferta escadas lisas para suas pétalas quase algodão. Das pontinhas de estreitas veredas, cujo temor é a constância do escorregão, todo ser que fala, mesmo que maltratado e alienado, busca ali, resposta para uma infalível questão. Ô, vida, pensando bem... Não fossem teus espinhos, no meio de um pau-de-sebo amargariamo-nos numa triste eterna condição.

Um comentário:

Mariana David disse...

Me identifiquei muito com seu texto!
Muito bonito.
E só agora me toquei, vc é o menino que nos acompanhou (eu e Lu) pelo Campo Grande! :)