"Amo a noite, de paixão. Amo-a como se ama o seu país ou sua amante, de um amor instintivo, profundo, invencível. Amo-a com todos os meus sentidos, com meus olhos que a vêem, com meu olfato que a respira, com meus ouvidos que escutam seu silêncio, com toda a minha carne, que as trevas acariciam. (...)
O dia me cansa e me aborrece. Ele é bruto e barulhento. Levanto-me a custo, visto-me com lassidão, saio com pesar e cada passo, cada movimento, cada gesto, cada palavra, cada pensamento me cansa como se eu erguesse um fardo esmagador.
Mas quando baixa o sol, uma alegria confusa, uma alegria me invade todo o corpo. Desperto e me animo. À medida em que aumenta a sombra, sinto-me outro, mais jovem, mais forte, mais alerta, mais feliz. (...)
Então sinto vontade de gritar de prazer como os pássaros noturnos, de correr sobre os telhados como os gatos; e um impetuoso, um invencível desejo de amar se acende em minhas veias."
O dia me cansa e me aborrece. Ele é bruto e barulhento. Levanto-me a custo, visto-me com lassidão, saio com pesar e cada passo, cada movimento, cada gesto, cada palavra, cada pensamento me cansa como se eu erguesse um fardo esmagador.
Mas quando baixa o sol, uma alegria confusa, uma alegria me invade todo o corpo. Desperto e me animo. À medida em que aumenta a sombra, sinto-me outro, mais jovem, mais forte, mais alerta, mais feliz. (...)
Então sinto vontade de gritar de prazer como os pássaros noturnos, de correr sobre os telhados como os gatos; e um impetuoso, um invencível desejo de amar se acende em minhas veias."
A Noite
Guy de Maupassant (1850-1893)
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