Talvez ela não saiba a dimensão do bem-estar que me causa os pretos olhinhos dela. Olhinho suave como o sabor do café com requeijão que, em tempos de menino, me embebia numa manhã bucólica lá na roça do sertão. Galo cantando, bichinhos zoando, entrelaçados em finos galhos de plantas pequenas, no quase silêncio matutino, com cheiro de mato molhado do sereno da última madrugada que passeou naquela louca imensidão. Em sua presença lúdica, faz-se uma paz que me rodeia sedutora, que não seria tão inebriante sem o presente manto que me acalenta em abraço tácito aqueles pequenos olhinhos seus. O meu desejo, por ora, é a de ficar a admirar, contemplativo, sorrindo, a beleza do rostinho riso, harmonioso, que me presenteia com as duas bolinhas mágicas diante das minhas, também bolinhas, mas nem mágicas assim tão. Claro que, contrariando o bom linguista, ela nem sonha que seus olhinhos são duas mãos num apertado abraço enfático. Certamente, irrecusável. E que de fato consumado, ela é meu bom calafrio e a minha melhor aquarela; quando não, somente uma paixão possível de preencher um lugar vago.
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