Páginas

segunda-feira, agosto 31, 2009

Metrópole

Essa cidade anda saturada, ao menos é o que, às vezes, penso. Não sei bem porque tenho essa sensação e quantos mais devam ter. Ela não é pequena e tampouco parece com o ethos de uma. Nem todo mundo se conhece, pois é gente demais, claro, mas, diante dos nossos jeitos de viciar os roteiros, acabamos por nos deparar com gentes só de nossos tipos e gostos, ao menos teoricamente. Que fazem nossos tipos demasiadamente territorializados. Plural mesmo. Há controvérsia nisso tudo, evidentemente. As cascas das personas estão saturadas. Mas, a questão não é bem essa. Numa cidade pequena as pessoas se conhecem, sabem da vida de cada uma. E nem sempre sentem falta dessa coisa nova que lhes falo - que não é uma coisa nova qualquer -, aqui é diferente? Creio que sim, mas ainda assim, para todos nós que aqui estamos, isso permanece um longo mistério. Nunca estamos saciados e nem sabemos a que nos dar de comer. Ai a tristeza bate em uns e outros volta e meia. Quem cresceu no interior roga esse refúgio novamente, no futuro, quem não tem essa escolha sazonalmente pensa em fugir para outra cidade grande com os mesmíssimos problemas misteriosos, conhece-se gente nova, satura e acaba tendo banzo dos seus de origens. E fica nessa, sem saber para onde vai, onde se encontra ou se quer realmente voltar. Haja identidade frouxa, ou afrouxada por algum 'modelo' de pensamento ora 'estruturante', ora 'desestruturante'. Se é que há algum. Mas, assim, feito um reloginho. Tipo bomba. Mas ainda há aqueles que não vêem nada disso aqui em suas realidades, seriam eles os geneticamente premiados? De repente, a gente só está ficando velho e não quer reconhecer.

Nenhum comentário: