Pois essa cidade exige demais. Com quantos selfs às vezes se flagram sendo? Selfs profissionais, selfs crianças, selfs adolescentes, selfs malucos e caretas, selfs acompanhados e solitários, selfs legais e infrigentes. Essa vontade de estar conectado com cada coisa, com cada alguém, com cada canto, com cada tudo... Usa-se artifícios de todo os tipos para construir pontes. É o salão de beleza que chama para manter aquele corte; são as roupas novas de vitrine suplicando o nosso corpo; as academias de beleza clássica prometendo-nos um tal divinamento; as livrarias prometendo grandezas aparentemente imperceptíveis ao modesto coração cotidiano; é o gosto musical mais sofisticado e de vanguarda na situação; os cinemas da gente bacana; os barzinhos da pura gozação; e por ai vai. Espetáculos instrumentais de sociabilidades. E, pari passu a isso tudo, a universal vontade louca do abraço tácito de uma nova descoberta, de achar no outro a outra parte da beleza que só a gente sabe que tem, perdida, que nos falta. "O outro" nos encanta porque queremos saber se também existimos em mais alguém. Para a nossa surpresa, damo-nos conta de que existe mesmo é um excesso de opções. Somos outros demais, além da conta
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